Com a chamada "Terceirização é porta da corrupção", organizadores mobilizam para manifestação neste sábado, 06/11, às 16h, na Praça da Concórdia

UPA CG Fachada pRede Mário Gatti selecionou entidade que responde processos por indícios de desvio de recursos

"Queremos médicos, técnicos e infraestrutura adequada, digna e honesta para a população do Distrito Campo Grande", diz o convite feito pelo Grupo Campo Grande em Ação. A manifestação será neste sábado, 06/11, a partir das 16h, na Praça da Concórdia, localizada nas proximidades do Terminal Campo Grande.

O texto da divulgação expressa tanto a situação precária do atendimento por falta de funcionários, quanto o protesto contra a contratação de entidade privada para a administrar os recursos humanos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Campo Grande, alertando para o risco de corrupção.

Na organização do Ato estão membros do Conselho Municipal de Saúde, do Conselho Distrital de Saúde Noroeste e dos Conselhos Locais dos Centros de Saúde da região, além de organizações e movimentos sociais, como o Grupo Campo Grande em Ação, o Movimento Popular de Saúde e a Frente pela Vida em Defesa do SUS de Campinas e Região.

Fazem parte também da mobilização as vereadoras e vereadores da bancada de oposição na Câmara Municipal. Cecílio Santos, Guida Calixto, Paolla Miguel, Mariana Conti e Paulo Bufalo vêm acompanhando de perto a situação da UPA desde o início de 2021.

Por serem membros da Comissão de Saúde da Câmara, Cecílio Santos, Mariana Conti e Guida Calixto participaram da reunião extraordinária em que a direção da Rede Mário Gatti foi questionada a respeito do processo de terceirização - veja em: Vereadores questionam Rede Mário Gatti sobre contrato de entidade privada na UPA Campo Grande

Segunda manifestação
Logo após a Rede Mário Gatti lançar o edital de chamamento público visando terceirizar a administração dos recursos humanos da UPA, moradores do Campo Grande e membros dos Conselhos realizaram o primeiro protesto. Foi no dia 06 de outubro, também na Praça da Concórdia.

Na ocasião, ao falarem sobre o edital e a forma como estava sendo feito todo o processo, os/as manifestantes lembraram do que ocorreu com a Vitale Saúde - a Organização Social (OS) condenada por corrupção na administração do Hospital Ouro Verde. "É disso que se trata. É a corrupção sendo colocada na linha do horizonte de Campinas de novo", disse a presidente do Conselho Municipal de Saúde, Nayara Oliveira.

Em reunião no dia 13/10, o Conselho Municipal aprovou um documento com a recomendação de que a Rede Mário Gatti suspendesse imediatamente o edital de terceirização, dada a quantidade de recursos envolvidos (quase 33 milhões de reais, para dois anos de atividades) e uma lista de pontos que poderiam trazer problemas.

Mesmo assim, a Rede Mário Gatti resolveu manter o edital, divulgando na semana seguinte que a entidade selecionada foi o Instituto Saúde e Cidadania (Isac). Diante das denúncias de que o Isac estaria sendo investigado em outros estados com a acusação de desvio de recursos, o Ministério Público do Estado de São Paulo determinou, no dia 25/10, a suspensão de sua contratação pelo prazo de 30 dias, para que seja feita a "apuração acerca da idoneidade da referida entidade".

E é neste contexto que está se dando a mobilização para a 2ª manifestação contra a terceirização da UPA Campo Grande. De acordo com Marcos J. Oliveira, do Grupo Campo Grande em Ação, o ato não tem "bandeira ou ideologia", tem uma causa a ser defendida: mais médicos e profissionais de saúde tanto na UPA quanto nas Unidades Básicas de Saúde.

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