Nos "15 dias de ativismo pela cultura de Campinas", ação nas redes sociais ganha apoio de entidades e artistas de diferentes regiões

15 dias 1Imagem: Reprodução | vídeo em @emlutapelas_casas.de.cultura

"A cultura pede socorro. Somos pessoas da sociedade civil que se uniram para apoiar as casas de cultura de Campinas. Você também pode ajudar. Grave e nos envie um vídeo de até um minuto, manifestando seu apoio". Com essa chamada, a campanha "15 dias de ativismo pela cultura de Campinas" passou a contar, nas últimas duas semanas, com a participação de grupos culturais e artistas de toda a cidade.

Lançada no dia 03 de setembro, a mobilização nas redes sociais tem como centro articulador o perfil no Instagram @emlutapelas_casas.de.cultura. Mas também trabalha com as hashtags #NaoDeixeAsCasasDeCulturaQueimarem e #NaoDeixeaCulturaQueimar. No vídeo de lançamento da campanha, imagens dos incêndios na área da Casa de Cultura Fazenda Roseira e de vários outros incêndios aparecem como fundo para a leitura de um texto que destaca: "Em todos esses lugares, o fogo não chega por acaso, mas por descaso, descuido, maldade, abandono".

Neste vídeo, após a chamada "As casas de cultura precisam de políticas públicas", são citados os nomes de 12 casas de cultura existentes na cidade. Ao final, a razão de ser da campanha: "as Casas de Cultura de Campinas pedem à gestão pública POLÍTICAS PÚBLICAS que lhes assegurem a permanência, o desenvolvimento e a continuidade de suas práticas culturais em seus territórios".

Com o objetivo de "pressionar a gestão pública a assumir suas responsabilidades", outro texto da campanha coloca em foco a periferia e pede para a Prefeitura "atender as demandas das Casas Culturais mais vulneráveis; estruturar políticas públicas de cultura para a cidade; e implantar, urgentemente, câmeras de monitoramento nos espaços frequentemente roubados e depredados".

Apoios e necessidades
Vídeos de vários artistas integram a campanha, todos falando sobre a importância das Casas de Cultura e fazendo o apelo para que mais pessoas participem. Além dos fazedores de cultura, a campanha obteve o apoio também do presidente da Comissão Permanente de Cultura da Câmara Municipal, vereador Paulo Bufalo, que fez um pronunciamento na tribuna para defender que as Casas de Cultura tenham políticas públicas de sustentação.

"São espaços fundamentais de aprendizado, convívio, fortalecimento da sociedade e afirmação de todas as identidades", disse o vereador. Na live "Sextou com Paulo Bufalo", ele vai entrevistar, nesta sexta-feira, 17/09, às 17h30, o artista e professor Marcos Brytto sobre a política cultural em Campinas, a situação das Casas de Cultura e a mobilização "15 dias de ativismo pela cultura de Campinas".

Durante a campanha, artistas ligados a Casas de Cultura também publicaram vídeos com a apresentação das instituições e, algumas vezes, com a colocação das necessidades de manutenção do espaço. Este é o caso da Casa de Cultura Aquarela, que funciona em Campinas há 30 anos, com atividades para crianças e adultos, incluindo, agora no período da pandemia, a acolhida de artistas "que estão em necessidade". Segundo o vídeo, atualmente são 14 pessoas morando na Casa e dezenas de outras utilizando o espaço para fazer atividades.

Um vídeo com Bene Moraes, da Casa de Cultura Andorinhas, apresenta o local onde são realizadas atividades de teatro, dança de salão, hip hop e capoeira, entre outras, contando também que a casa precisa de uma reforma e da construção de um salão onde possam ser feitas atividades durante o dia, à noite e em dias de chuva.

Alê Freire fala pelo Centro Cultural Casarão, localizado em Barão Geraldo, referindo-se à pressão de um condomínio residencial que tenta fechar a rua de entrada do bairro. No vídeo, defende que seja garantido o acesso aberto ao espaço de cultura: "não podemos permitir que o Centro Cultural Casarão tenha o seu acesso restringido de qualquer forma, muito pelo contrário, nós temos que lutar para que ele tenha os acessos cada vez mais abertos".

Já a Cris Borges, Yure Andrews e Marcelo Santos contam, em seu vídeo, que a Maloca Arte e Cultura "é uma ocupação de um antigo Centro Comunitário que fica localizado na Vila União, região periférica de Campinas". Funcionando no local há seis anos, a Maloca tem o objetivo de "desenvolver arte, cultura e educação popular para a população periférica". Além dos salões, onde são feitas as atividades mais amplas, a Maloca mantém uma biblioteca popular e uma horta comunitária.

Veja também
23/08/2021 - Entidades do Movimento Negro e apoiadores lançam Comitê de Salvaguarda da Fazenda Roseira
16/08/2021 - Uma vitória de todos os fazedores de cultura, diz Andrea Mendes sobre as mudanças na lei do FICC