Em documento, Comitê apresenta as medidas de preservação necessárias e cobra "compromisso e responsabilidade" da Prefeitura
Imagem: Reprodução | página da Casa de Cultura Fazenda Roseira
O lançamento do Comitê Permanente de Salvaguarda e Preservação da Casa de Cultura Fazenda Roseira já obteve o apoio de mais de 140 entidades, grupos e pessoas do Movimento Negro e de apoiadores da Casa de Cultura Fazenda Roseira. O documento foi publicado por ocasião do Dia Nacional do Patrimônio Histórico, 17 de agosto.
Na manhã desta segunda-feira, 23/08, Edna Almeida Lourenço divulgou, pelas redes sociais, um agradecimento a todas as pessoas, entidades, associações e parlamentares que subscreveram a proposta do Comitê.
Entre as várias considerações sobre a importância de preservar o "bem cultural Comunidade Jongo Dito Ribeiro inserido na Casa de Cultura Fazenda Roseira", o documento destaca o papel da Casa de Cultura "no fortalecimento da identidade municipal, na garantia do direito à memória e na contribuição do povo negro para o desenvolvimento socioeconômico do município de Campinas".
Ainda na relação com a cidade, o texto defende que "as ações de preservação da Casa de Cultura Fazenda Roseira são capazes de promover segurança pública, fomentar o turismo e gerar desenvolvimento sustentável, com uma programação que trará atividades culturais e educacionais".
Do ponto de vista da cidadania, chama a atenção para o fato de que a "preservação do Patrimônio Público Cultural é de extrema importância para a sociedade, para estas e para as futuras gerações, porque assegura a manutenção da memória destas populações, a noção de pertencimento e identidade no território".
Lembrando que "é competência da administração pública valorizar, promover e preservar o Patrimônio Cultural que reúne toda a diversidade da cultura nacional em nosso município", o documento passa a recuperar as consequências da falta de prevenção, preservação e manutenção da Casa de Cultura Fazenda Roseira.
"Patrimônio histórico de Campinas e ponto de preservação da cultura afro-brasileira, a Casa de Cultura Fazenda Roseira foi invadida, depredada e furtada algumas vezes e também vítima do vandalismo que provocou incêndios na área de APP denominada Sistema de Áreas Verdes Quilombo dos Palmares - Lei nº 15.244/2016", diz o texto, indicando que "a ausência de iluminação adequada na área externa da Casa de Cultura Fazenda Roseira, o mato alto e a falta de segurança são os principais motivos dos constantes ataques ao local".
Metas do Comitê
Após citar que "a união da população, das instituições/entidades e a plena manutenção do Estado Democrático de Direito, com seus princípios e pilares, são fatores imprescindíveis para o enfrentamento dos desafios que se apresentam", o Comitê apresenta suas metas, contando com o "compromisso e responsabilidade dos Setores Competentes da Prefeitura Municipal de Campinas":
"1) Adoção de Medidas Preventivas e de Procedimentos Padronizados para a preservação do Patrimônio Público da Cultura Afro-Brasileira e do Meio ambiente da Casa de Cultura Fazenda Roseira;
"2) Cercamento total da área da Casa de Cultura Fazenda Roseira;
"3) Inserção de Sistema de Segurança Permanente na Casa de Cultura Fazenda Roseira na Central Integrada de Monitoramento de Campinas - CIMCAMP, que será o instrumento essencial para prevenção e impedimento das ações as quais continuam ocorrendo, motivado pela falta de Segurança efetiva;
"4) Poda de Manutenção das Copas das Árvores e do Mato;
"5) Iluminação em toda a área externa no entorno do Casarão, com manutenção permanente, inclusive nas trocas de lâmpadas;
"6) Medida Preventiva de Preservação e Manutenção do Sistema de Áreas Verdes Quilombo dos Palmares coordenado pela Secretaria Municipal do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico com transversalidade com órgãos públicos competentes.
Entre as dezenas de entidades que assinam o documento, estão: Organização da Cerimônia da Lavagem da Escadaria da Catedral Metropolitana de Campinas, Grupo Força da Raça, Núcleo Antirracista Cascone Advogados, Sinergia-CUT, Associação dos Religiosos das Comunidades Tradicionais de Matriz Africana de Campinas e Região – ARMAC, Casa Laudelina de Campos Mello - Organização da Mulher Negra, Centro Cultural e Recreativo-CCr Benedito Carlos Machado e Pastoral Afro Brasileira Arquidiocese de Campinas.
Posição da Prefeitura
Em resposta ao pedido de informações feito pelo jornal Informa Campinas, a Secretaria de Comunicação da Prefeitura enviou a seguinte nota:
"A Administração tem feito todos os esforços para garantir a parceria e a qualidade do funcionamento da Casa de Cultura Fazenda Roseira. Em conjunto com a Associação Jongo Dito Ribeiro tem buscado recursos para melhorias e manutenção do espaço.
"Sobre a segurança, a Guarda Municipal realiza operações semanais para garantir a segurança da Fazenda Roseira. Além disso, há uma ordem de serviço para que o patrulhamento no local seja reforçado e feito diariamente. "Em relação à iluminação, cercamento e reformas, as questões serão tratadas com contrapartidas e captação de recursos".
Confira o documento completo do lançamento do Comitê, incluindo as subscrições: COMITÊ PERMANENTE DE SALVAGUARDA E PRESERVAÇÃO DA CASA DE CULTURA FAZENDA ROSEIRA
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