Com o tema "Vida em primeiro lugar", Grito dos Excluídos e por Fora Bolsonaro também pediu justiça no caso do assassinato de Toninho

Ato 7S 9Padre Benedito Ferraro, assessor da Pastoral Operária, iniciou os pronunciamentos

O 27º Grito dos Excluídos, realizado na manhã deste 7 de setembro, no Largo do Pará, trouxe mais uma vez para o centro da cidade e das atenções a participação popular. Com o tema "Vida em primeiro lugar" e o lema "Na luta por participação popular, saúde, comida, moradia, trabalho e renda, já!", o ato reuniu integrantes de pastorais sociais, organizações populares e sindicais, movimentos sociais e partidos políticos.

Antes dos pronunciamentos das entidades e partidos políticos, diversos nomes de pessoas que faleceram vítimas da Covid-19 foram citados, cada um recebendo a expressão "Presente!" do conjunto de participantes do ato. Uma faixa no caminhão de som, com a inscrição "Em memória das mais de 580 mil vítimas da Covid-19, Fora Bolsonaro", reforçava a mensagem de protesto e consternação.

Pelas centrais sindicais, discursaram representantes da Intersindical (Sindicato dos Metalúrgicos), Central Sindical e Popular Conlutas (CSP-Conlutas), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). Pelos partidos políticos, falaram representantes do PCO, PCdoB, PSTU, MRT, Psol, Unidade Popular, PCB, PCR e PT. Por fim, representando as entidades e grupos populares, falou uma estudante membro da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes).

O ato teve que ser finalizado antes das 11h30, para que as pessoas interessadas em participar da manifestação no Anhangabaú, em São Paulo, pudessem se organizar e embarcar nos ônibus em direção à capital.

Contra a impunidade
Além de se manifestar pelo impeachment de Bolsonaro e contra todas as formas e causas da exclusão social, o Grito dos Excluídos de 2021 também protestou por justiça e contra a impunidade dos assassinatos do prefeito Toninho do PT, da vereadora Mariele Franco e de seu funcionário Anderson Gomes.

No caso do ex-prefeito Antonio da Costa Santos, uma obra do Grupo de Mulheres da Periferia, intitulada Colcha de Retalhos, foi estendida no chão, em meio aos participantes do ato público, tornando presente durante toda a manhã deste 7 de Setembro o assassinato que completa 20 anos no próximo dia 10/09, assim como a força e a resistência das organizações populares.

A manifestação por justiça para Toninho se dá no contexto não somente do fato de a polícia ainda não ter revelado a autoria do crime, mas também do pedido de arquivamento do inquérito policial feito pelo Ministério Público em julho. Toninho foi eleito pelo PT no ano 2000, assumiu a Prefeitura de Campinas em janeiro de 2001 e ficou apenas até 10 de setembro, dia em que foi assassinado na Avenida Mackenzie enquanto ia para sua casa.

Veja, a seguir, o texto e a foto da "Colcha de Retalhos" do Grupo de Mulheres na Periferia:
"Quando o prefeito Toninho do PT foi assassinado, muita dor e desesperança recaíram sobre o povo de Campinas. Como forma de resistência, o Grupo de Mulheres na Periferia, que era integrado pela vice-prefeita (Izalene PT), organizou um ato no Paço Municipal e iniciou a costura dessa Colcha de Retalhos. O propósito era simbólico: reconstruir coletivamente as despedaçadas relações de respeito e dignidade, resgatar a esperança popular e apoiar o governo daquela que foi a 1ª prefeita de Campinas, Izalene Tiene".

Ato 7S 7

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