Assembleia de encerramento da greve aconteceu na manhã desta quinta-feira, 26/08, após acordo em audiência de conciliação no TRT

Encerramento MRV 26 08Assembleia, nas obras do Complexo Villa Garden, encerrou a greve - Foto: página do Sinticom

"Vitoria da Resistência dos Trabalhadores da MRV", comemorou o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Campinas e Região (Sinticom). A greve de 45 dias foi encerrada na manhã desta quinta-feira, 26/08, com a assembleia que aprovou a proposta de acordo mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT-15ª Região).

Os trabalhadores de nove obras da MRV Construções entraram em greve no dia 13 de julho, por melhores condições de trabalho e pelo pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). "Foi uma greve muito dura, devido à intransigência da empresa em não querer negociar com os trabalhadores", afirmou o Sinticom.

A negociação de PLR sobre o período de 2020 e 2021, que começou com uma proposta da empresa de pagar R$ 390, terminou com um acordo para pagamento de R$ 1.090,00 para o ano de 2020, mais R$ 830,00 para 2021. Segundo o Sindicato, os valores de 2020 serão repassados aos trabalhadores no pagamento do vale de setembro. Já os referentes a 2021 devem ser pagos no inicio do ano de 2022.

Longa batalha
"A determinação e a firmeza dos trabalhadores grevistas foram fundamentais para conseguir os avanços obtidos. Eles aguentaram mais de um mês de paralisação e não cederam aos ataques da empresa, que cortou o pagamento dos salários antes mesmo da decisão judicial", afirmou o Sindicato, referindo-se ao não recebimento do vale no mês de agosto.

Durante os 45 dias de greve, os trabalhadores fizeram uma luta na Justiça e outra nas obras e nas ruas. Foram três audiências de conciliação - uma na Procuradoria Regional do Trabalho da 15ª Região (MPT-15) e duas no TRT-15 -, além de uma reunião entre o Sindicato dos trabalhadores e o advogado da MRV.

Enquanto isso, a categoria se reuniu todos os dias no pátio do Complexo Villa Garden, fazendo assembleias e até "ocupações" de canteiros de obras, como ocorreu no dia 11/08 no Edifício Imperial Garden, na Vila Industrial. Após as reuniões, várias passeatas aconteceram no centro de Campinas, tanto para ir até o escritório da empresa como para chamar a atenção da população para os problemas enfrentados pelos trabalhadores. Duas passeatas foram, inclusive, até o próprio TRT-15 para solicitar agilidade no julgamento do processo de greve.

Após um mês de paralisação, a discussão sobre os dias parados também passou a fazer parte das reuniões de negociação. A proposta inicial da empresa foi de compensação de 50% dos dias de greve, enquanto o Sinticom defendia abono dos dias de paralisação.

No acordo fechado na audiência desta quarta-feira, ficou acertado que os dias de paralisação serão pagos pela empresa já na próxima semana, sendo que 30% desses dias serão compensados pelos trabalhadores. Além disso, todos os trabalhadores das obras paralisadas terão 90 dias de estabilidade, informa o Sindicato.

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