Além da oficina deste sábado, 09/10, outra está programada para o dia 23/10; eventos da Comunidade Jongo Dito Ribeiro são abertos ao público

Oficinas Jongo 07 10Foto: Divulgação

(*Texto divulgado pela Secretaria de Comunicação da Prefeitura)
A Comunidade Jongo Dito Ribeiro realiza neste sábado, 9 de outubro, a primeira oficina de Jongo do Projeto Pisa na Tradição. O horário será das 14h às 15h30, na Casa de Cultura Fazenda Roseira, na rua Domingos Haddad, 1, Residencial Parque da Fazenda. O evento é aberto ao público. As mulheres devem levar saia para a oficina. É obrigatório o uso de máscara.

Haverá uma segunda oficina no dia 23 de outubro, no mesmo horário e local. A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo apoia o evento. As oficinas são contrapartidas da lei Aldir Blanc.

A Comunidade Jongo Dito Ribeiro consiste em jongueiros, formados por um grupo de pessoas e familiares, que reconstitui a manifestação do Jongo em Campinas através da memória de Benedito Ribeiro, de rodas com toque, canto e dança, com o objetivo de compartilhar e continuar com essa cultura ancestral.

“Nossa missão é reconstituir a tradição do jongo nos mais diversos espaços, para todas as pessoas de diferentes credos, etnias e idades, priorizando as comunidades e grupos que atuam no universo da cultura de matriz africana”, disse a mestra Alessandra Ribeiro.

“Nosso objetivo é reescrever e escrever a história do jongo em Campinas/SP de modo a possibilitar que a manifestação cultural seja expandida e respeitada nas suas mais variadas formas, utilizando como elementos para atingir esse resultado: a descontração, alegria, o afeto, boas energias, paciência com o momento individual, melhoria da auto-estima, mudança do indivíduo de dentro para fora, autonomia e a preservação de nosso toque, canto e dança de jongo praticada em nossa comunidade”, explica Alessandra.

Em Campinas, a Comunidade Jongo Dito Ribeiro foi batizada com esse nome em homenagem ao saudoso Benedito Ribeiro, avô da mestra e liderança Alessandra Ribeiro, que chegando em Campinas na década de 30, vindo do interior de Minas Gerais, manteve a tradição do jongo recebido por seus antepassados, através das realizações de festas aos santos católicos.

Desde 2002, a Comunidade Jongo Dito Ribeiro vem se firmando, realizando trabalhos de reconstituição, composição e pesquisa com o objetivo de manter viva a chama dessa descendência, trazendo essa importante manifestação da cultura popular de matriz africana, elemento de resistência e união para a sociedade.

Desde 2005 a comunidade faz parte da Rede de Memória do Jongo/Caxambu, onde representa a cultura afro de Campinas e já carrega o certificado de patrimônio cultural do Brasil. Os encontros da comunidade são realizados quinzenalmente no Projeto Pisa na Tradição: Vivência em Jongo na Casa de Cultura Fazenda Roseira, atividade aberta ao público para participar e contribuir na reconstituição dessa história.

Fazenda Roseira
A Casa de Cultura Fazenda Roseira é uma conquista do movimento negro e do movimento popular, sendo uma referência agregadora da cultura negra no município de Campinas. Trata-se de um casarão histórico do final do século XIX que se tornou um equipamento público em 2007 por conta do loteamento da área da antiga Fazenda, e que, à beira da destruição e depredação, foi ocupada pela Comunidade Jongo Dito Ribeiro e outros grupos, movimentos sociais e religiosos de matriz africana que já organizavam-se em rede.

A Associação do Jongo Dito Ribeiro desde 2008 faz a gestão da Casa, articulando atividades culturais e educativas que tem como eixos a cultura, a história, a mitologia e o meio ambiente em uma perspectiva afro-brasileira. Com base na Lei 10.639/03 atualizada pela lei 11.645/08, que consiste no estudo da História da África, Cultura Afro-brasileira e Indigena nos currículos escolares de todas as redes de ensino do país, desenvolve atividades direcionadas para alunos da rede básica de ensino e para a formação de profissionais da educação.

Além das amplas atividades realizadas em volta disso, como: Roteiro Afro-Turístico, Agricultura Quilombola, Projeto Oxossi, Projeto Ossain, Projeto Oxum, Caminhos de Oyá, Oficinas de Turbante, Percussão afro, Jogos africanos e afro-brasileiros, Dança Afro, Cozinha de Matriz Africana, Contação de Histórias, Vivência em Jongo, Palestras, Trilhas, entre outras.

Mais informações
Página da Casa de Cultura Fazenda Roseira
Página da Comunidade Jongo Dito Ribeiro
Site da Casa de Cultura Fazenda Roseira
Site da Comunidade Jongo Dito Ribeiro

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