Com 90% de mulheres na representação da causa animal, gestão 2021-2023 vai encarar os desafios do "momento difícil pós-pandemia"

Mesa diretora foi reeleita, "para retomar aquilo que ficou parado" durante a pandemia - Foto: Reprodução | canal da Secretaria do Verde no YouTube

A nova composição do Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais (CMPDA) foi apresentada nesta quinta-feira, 30/09. Na reunião online, tomou posse a gestão 2021-2023 do Conselho, que teve renovação de 40% na representação da "causa animal". Além deste segmento, que é composto por cinco titulares e cinco suplentes, o Conselho também recebeu as indicações de representantes da Prefeitura, do Comdema e de universidades.

Assim, entre os dez eleitos pela causa animal, foram mantidos os seguintes conselheiros: José Flávio Lamas, Maria José de Mattos, Jaqueline Martins Pereira, Lucia Helena Pereira, Heliet Telmis Ferrari e Susana Norma Blois de Fulcheri, sendo os cinco primeiros como titulares e Susana como suplente.

Na chapa única, composta com indicações feitas por Ongs e protetores independentes e submetida à votação da assembleia virtual realizada no dia 09/09, foram eleitas também quatro novas conselheiras suplentes: Ana Gianfrancesco Freire de Andrade, Liliane Cristina da Costa Teixeira, Lilian Véras de Souza Lima e Thaise Romero Piculi.

De acordo com a apresentação feita pela presidente do Conselho, Maria José de Mattos, na reunião de posse, Ana Gianfrancesco é da Ong Gavaa (Grupo de Apoio Voluntário aos Animais Abandonados). Gestora ambiental, formada pela USP, Ana é integrante desta Ong desde 2019 e atualmente é coordenadora de adoção e do projeto de captação solidária destinada a populações carentes de Campinas.

Liliane é da Ong Like Bichos - Proteção Animal, estando atualmente na presidência desta Ong. Empresária e estudante de medicina veterinária, Liliane milita na causa animal há 15 anos. E "mais um dado importante: ela é mãe de duas meninas que também já militam na causa animal", disse Maria José na sua apresentação.

Thaise é da Ong Gaar (Grupo de Apoio ao Animal de Rua de Campinas). Analista de sistemas, Thaise é voluntária há cinco anos nesta Ong, ou seja, desde quando começou a participar da luta pela causa animal, também há cinco anos. Além destas representantes de Ongs, entrou também para o Conselho a protetora independente Lilian Véras de Souza Lima.

Lilian é médica veterinária e servidora pública aposentada. Como funcionária da Receita Federal no Aeroporto de Viracopos, ela "começou a resgatar um bichinho aqui, outro ali, e a partir de então ela nunca mais parou", contou Maria José, lembrando que Lilian tem contato com diversas Ongs que ajudam os protetores independentes, na medida do possível, a divulgarem os animais resgatados e cedem espaço na feirinha de adoção.

Outros segmentos
Para compor o Conselho, junto com o conjunto de representantes da causa animal, a Secretaria do Verde indicou dois titulares, o veterinário Paulo Ancelmo Nunes Felipe e a bióloga Eliana Santos Ferraz. Como suplentes, entraram Rodrigo Antonio Araújo Pires e Vagner dos Santos Bellini. Todos os representante da SVDS são do Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal (DPbea).

No segmento das universidades, a Unicamp indicou Flávio Dias Passos, do Departamento de Biologia Animal, junto com Michela Borges, do Museu de Diversidade Biológica. Já a Puc Campinas indicou Leandro Elias Silva Biaso e João Flávio Martins.

Como representantes do Conselho Municipal do Meio Ambiente (Comdema), foram indicados: Pia Passeto, como titular; e Luiz Cláudio Amoroso, como suplente.

Mesa diretora
Argumentando que a última gestão do Conselho teve suas reuniões e trabalhos prejudicados pela pandemia, que impôs a suspensão de reuniões, depois a adaptação às reuniões online, dificultando ou mesmo impedindo a realização da maior parte das ações, a conselheira Heliet Ferrari defendeu a reeleição da mesa diretora, "para retomar aquilo que ficou parado nesse período pandêmico".

Consultados, as/os demais conselheiras/os presentes concordaram com a recondução da atual diretoria para a gestão do CMPDA no biênio 2021/2023. Assim, foi reeleita, por unanimidade, a Mesa Diretora composta por Maria José de Mattos, como presidente; Paulo Anselmo Nunes Felipe, como vice-presidente; e Jaqueline Martins Pereira, como secretária.

Dizendo que a sua gestão fez "o máximo possível dentro das circunstâncias", Maria José destacou a responsabilidade de reassumir a presidência do Conselho neste momento de pós-pandemia: "realmente a gente está vivendo e, infelizmente, eu creio que a gente vai viver por mais um período esse momento extremamente difícil, é uma responsabilidade".

Em seguida, agradeceu a confiança do Conselho atual e a participação de todos os/as conselheiros/as da gestao anterior, fazendo menção especialmente ao seu vice, que continuará na mesa diretora, Paulo Ancelmo Nunes Ferreira: "eu não abriria mão do Paulo Ancelmo por nada. Acho que, com o Paulo Ancelmo, o Conselho e os animais ganham", afirmou Maria José.

Desafios
Com a citação do filósofo alemão Theodor Adorno, no livro “Educação após Auschwitz", Maria José defendeu que pensar apenas em políticas públicas não é suficiente "para minimizar as mazelas dos animais", pois os problemas dos animais dizem respeito diretamente a um problema que é cultural, que "é um problema de valores".

Assim, segundo ela, é necessário pensar também na educação: "no sentido de educar não apenas para a ciência, não apenas para a técnica, mas educar para que as pessoas não se calem diante dos horrores que elas presenciam, para que as pessoas saibam, enfim, como se tornarem mais humanas".

Também no campo dos desafios a serem enfrentados pelo CMDPA, o conselheiro Flávio Lamas propôs que seja pensada uma ampliação das vagas para Ongs no Conselho, de forma que "todas as Ongs estabelecidas e regulamentadas em Campinas tenham direito a ter representante titular e suplente, independente de eleição". De acordo com Flávio, com a escolha de apenas cinco titulares e cinco suplentes, "muitas Ongs ficam sem representação formal".

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