Mais de 500 trabalhadores de obras na Vila Industrial e no Jardim Esmeraldina permanecem parados; principal reivindicação é a PLR

Greve MRV 4 22 07Junto com diretores do Sinticom, trabalhadores/as se mantiveram mobilizados na manhã desta quinta-feira, 22/07

(*Reportagem atualizada às 10:30h da sexta-feira, 23/07)
Trabalhadores da MRV Engenharia aguardam, em greve, a decisão da construtora sobre o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). A greve, iniciada no dia 13/07, tem a adesão de trabalhadores das seis obras do Complexo Villa Garden (Vila Industrial) e de outras três obras no Jardim Esmeraldina, onde estão sendo construídos os residenciais Colinas de Nápoles e Colinas de Roma.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Campinas e Região (Sinticom), a greve tem como razão principal o fato de a MRV Engenharia pagar PLR para trabalhadores administrativos e não aceitar pagar aos trabalhadores das obras. Ao todo, conforme avaliação do Sinticom, entre 500 e 600 trabalhadores/as estão parados há mais de uma semana.

"A gente teve reuniões anteriores com a direção da MRV, nas quais se avançou muito pouco. A empresa ofereceu R$ 390,00 de PLR para o trabalhador da obra", contou Jucelino Souza de Novaes Junior, diretor do Sinticom.

Jucelino lembra que, após o Sindicato ter feito uma denúncia junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT-15ª Região), foi aberto um processo. "Nesse acompanhamento, a gente descobriu que tem trabalhador administrativo que recebe 38 mil de PLR, e ela fez uma proposta de 390 reais para o trabalhador de obra. Então, a gente não aceitou essa discrepância", destaca o diretor.

Conciliação
Segundo Jucelino, nas tratativas posteriores, o máximo em que a empresa chegou foi 450 reais. Já o Sindicato apresentou a proposta inicial, votada em assembleia da categoria, de seis mil reais para cada trabalhador. Diante do impasse, a empresa solicitou a intervenção do MPT.

Na audiência de conciliação, explica o diretor do Sinticom, "o MPT fez a proposta de um salário nominal para cada trabalhador, ou seja, se ele ganha R$ 1.600, teria 1.600 de PLR, se ele ganha dois mil, dois mil de PLR, e assim por diante". Ele destaca que, na segunda-feira, 19/07, os trabalhadores aprovaram a proposta do MPT, mas ainda aguardam a decisão da MRV.

Esclarecimento do MPT
Em contato feito pelo jornal Informa Campinas, a Procuradoria Regional do Trabalho da 15ª Região enviou, por meio de sua Assessoria de Comunicação, o esclarecimento de que o inquérito que tem como partes a MRV e o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, tramita há quase dois anos "e tem como tema conduta antissindical, subtema participação nos lucros".

Segundo a nota de esclarecimento, "embora a motivação da greve tenha pontos de contato com o tema", o inquérito não trata da greve. Mesmo assim, "o MPT segue mediando as negociações quanto ao pagamento, ainda sem acordo entre as partes", afirmou o MPT na tarde desta quinta-feira, 22/07.

O que diz a MRV
Em nota enviada ao Informa Campinas na manhã desta sexta-feira, a MRV afirma que "nunca deixou de dialogar com os representantes da categoria". Quanto às negociações e possibilidade de acordo, a empresa esclarece que "está em processo para as definições que poderão levar ao encerramento da greve".

Por fim, destaca seu "compromisso de agir com ética e transparência com todos os seus funcionários".

(*) Observação
O texto dessa reportagem foi alterado após sua publicação, para acrescentar as declarações da MRV, enviadas ao Informa Campinas na manhã desta sexta-feira, 23/07.