Documento do Conselho, lançado nesta quinta-feira, 29/07, faz recomendações para a ampliação do atendimento nos serviços de saúde

Nayara reuniao 28 07Nayara Oliveira, presidente do Conselho, em reunião online nesta quarta-feira, 28/07 - Imagem: Reprodução | vídeo na página do Conselho

O documento "Recomendações à Secretaria Municipal de Saúde sobre a vacinação contra Covid e a Atenção Primária em Saúde (APS) em Campinas" foi aprovado na reunião do Conselho Municipal de Saúde realizada na noite desta quarta-feira, 28/07. Nele, o Conselho faz primeiramente uma análise da situação atual da saúde na cidade, destacando duas urgências:

>> "Ampliar a velocidade de vacinação para se atingir altas coberturas no menor tempo possível"; e
>> "Ampliar o atendimento nos serviços de saúde, reduzindo a repressão de demanda".

Para o Conselho, ao mesmo tempo em que é necessário acelerar a vacinação, devido ao risco representado pelas novas variantes do coronavírus, também é muito preocupante a "repressão da demanda" de atendimento nos serviços de saúde, que tem como consequência a "piora do cuidado aos portadores de doenças e condições crônicas, crianças, gestantes, pessoas em sofrimento mental, entre outros".

Essa diminuição do atendimento na chamada Atenção Primária em Saúde (APS), em decorrência de vários fatores, também se deve à falta de pessoal, segundo o Conselho. E isto ficou mais evidente a partir da segunda-feira, 26/07, quando os Centros de Saúde (CS) tiveram suas atividades de rotina suspensas na parte da tarde para fazer aplicação de vacina contra a Covid-19. Como há a necessidade de preparação da unidade para realizar a vacinação, as atividades são suspensas mais cedo, por volta das 11 horas da manhã, explica o documento do Conselho.

Sobre a descentralização da aplicação da vacina de Covid, o Conselho lembrou que, quando fez essa recomendação no início do processo de vacinação, também pediu contratações emergenciais para a rede básica (veja na matéria "Vacina: Prefeitura anuncia cinco locais, Conselho protesta e pede uso de Centros de Saúde").

"É importante frisar que este Conselho recomendou à Secretaria a descentralização da vacinação, entretanto com a contratação imediata e emergencial de mais trabalhadores para que isso pudesse se dar sem mais repressão de demanda. Se assim não for, outra consequência presente é aumentar os danos à saúde dos trabalhadores, particularmente à saúde mental deles", destaca o Conselho.

No documento, o Conselho aponta ainda que foi surpreendido com a decisão de as empresas passarem a vacinar seus trabalhadores. "Isso pode concorrer para ampliar a velocidade de vacinação nas faixas etárias mais baixas e até contribuir para reduzir o fluxo de pessoas nos CS. Entretanto não fica claro como dar-se-á o controle e a fiscalização para evitar fraudes e furos na fila", avalia.

Por fim, o Conselho faz seis recomendações à Secretaria:
>> "Contratação imediata e urgente de trabalhadores para a atenção primária, ampliando a sua capacidade e reduzindo a repressão de demanda;
>> "Imediata abertura de concurso público para ampliar o número de trabalhadores de forma definitiva;
>> "Melhor atuação nas áreas de alta vulnerabilidade, monitorando pacientes crônicos, portadores de sintomas respiratórios, crianças e gestantes;
>> "Melhor monitoramento de suspeitos e contactantes com mais capacidade de isolamento social dirigido;
>> "Informações de como se dará a fiscalização da vacinação nas empresas;
>> "Publicação nos boletins diários e semanais do monitoramento da vacinação nas empresas".

Em nota ao Informa Campinas, a Secretaria de Saúde disse que "os centros de saúde realizam dispensação de medicamentos e todos os atendimentos de casos agudos durante o horário de vacinação, das 13h às 17h". A Secretaria afirmou também que "não há desassistência da população" e que "os demais casos são atendidos fora dos horários de vacinação, inclusive com agendamento".

Leia o texto completo do documento do Conselho: Recomendações aprovadas no pleno do Conselho Municipal de Saúde de Campinas em 28/07/2021

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