Ação violenta da PM, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, teve o objetivo de "destruir um posto de vigilância montado pelos indígenas para conter a invasão do garimpo ilegal", diz Kamuri

Polícia Militar disparou balas de borracha que feriram várias pessoas na Aldeia Tabatinga - Foto: Conselho Indígena de Roraima (CIR)

A Ong Kamuri - Indigenismo e Ação Ambiental lançou, nesta quinta-feira, 18/11, uma nota de repúdio à ação da Polícia Militar de Roraima contra a comunidade da Aldeia Tabatinga, localizada na Terra Indígena Raposa Serra do Sol.

Além de denunciar e repudiar o posicionamento e ação da PM em favor dos garimpeiros, a Kamuri apela "a todas as forças democráticas e defensores dos direitos humanos" para unirem forças na "defesa do cumprimento da lei e da punição de todos os policiais, funcionários e autoridades envolvidos".

Leia, a seguir, o texto completo da nota:

A Kamuri vem a público repudiar a ação da Polícia Militar de Roraima, que em vez de proteger as pessoas indefesas do seu estado, conforme sua obrigação constitucional e razão de existir, abusa da sua condição de força armada para intimidar e agir com violência contra a própria população, no caso homens, mulheres e crianças do povo indígena Macuxi, na TI Raposa Serra do Sol.

Ao atacar a comunidade da Aldeia Tabatinga, no último dia 16, com disparos de balas de borracha que feriram várias pessoas, inclusive uma senhora idosa, a PM de Roraima se colocou a serviço dos garimpeiros criminosos que invadem as terras legalmente demarcadas dos indígenas, já que sua presença na TI destinava-se a destruir um posto de vigilância montado pelos indígenas para conter a invasão do garimpo ilegal.

Os indígenas não só têm o direito de defender seu próprio território, como ainda têm sido obrigados a fazê-lo sozinhos, já que o poder público abertamente ignora suas denúncias e pedidos de socorro.  
Diante da violência e dos abusos recorrentes, apelamos a todas as forças democráticas e defensores dos direitos humanos que nos juntemos na defesa do cumprimento da lei, e da punição de todos os policiais, funcionários e autoridades envolvidos neste ataque covarde aos Macuxi de Roraima.   

Campinas, 18 de novembro de 2021
KAMURI Indigenismo e Ação Ambiental

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