Dário Saadi determina investigação sobre falhas no atendimento da família; grupo de servidores aponta "desinvestimento" da Prefeitura

Caso Menino Posicao CTLImagem: Reprodução/página na internet do Coletivo Trabalhadores em Luta

Na última terça-feira, 02/02, o prefeito Dário Saadi determinou que a Secretaria de Justiça faça uma investigação "para apurar eventuais falhas e omissões dos serviços públicos municipais e de entidade conveniada no caso do menino mantido preso por sua família no Jardim Itatiaia".

Este é o caso do menino de 11 anos que foi encontrado acorrentado e debilitado dentro de um tambor de metal. Resgatado por policiais militares no sábado, 30/01, a criança foi levada para um hospital, e os três adultos presentes na casa (o pai, a madrasta e a filha dela) foram presos em flagrante. Os fatos tiveram grande repercussão na imprensa local e nacional.

Segundo a divulgação feita pela Prefeitura, o relatório apresentado pelas secretarias de Assistência Social e de Saúde, assim como pela entidade conveniada, mostra que a família estava sendo atendida pelos serviços municipais desde setembro de 2019. A investigação conduzida pela Secretaria da Justiça, que deve ser concluída em 60 dias, também deverá ser usada "para propor melhorias e adequações no fluxo de atendimentos a situações como esta", afirmou.

"Desinvestimento nas políticas públicas"
O Coletivo Trabalhadores em Luta (CTL), grupo de oposição à diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Campinas (STMC), divulgou uma nota em sua página no facebook, na noite desta sexta-feira, 05/02, com o título: "Violência, precarização das políticas públicas e a responsabilização das/os trabalhadoras/es".

No documento, as/os servidoras/es defendem que "violações de direitos se combate com atendimento das necessidades concretas da população: com moradia digna, saúde, educação, trabalho e lazer". Argumentando que "não há acompanhamento multiprofissional que freie a barbárie", o texto diz que não se pode apenas responsabilizar as equipes dos serviços.

"Não adianta individualizar e psicologizar a violência. Nem tão pouco responsabilizar unicamente as equipes dos serviços que atendiam a família. Fazer isso é ignorar o desinvestimento nas políticas públicas, ignorar que os serviços de assistência social e saúde são constantemente terceirizados sob a forma de 'parcerias' público-privado, as quais não oferecem as condições de trabalho e nem salários adequados para os/as profissionais", afirma.

Para o grupo, sem "ir à raiz do problema" não se consegue avançar, "e outros casos tão graves quanto este virão à tona, ou pior: permanecerão existindo nas sombras".