Conselho da Comunidade Negra tomou posse neste domingo, 21/03, com lançamento da cartilha “Vidas Negras Importam. Em Campinas também”

Posse 21 03Presidente do Conselho, Moacyr Barra Grande Filho, assina a posse - Foto: Adriano Rosa - Secom-PMC

A posse do Conselho de Desenvolvimento e Participação da Comunidade Negra de Campinas aconteceu neste domingo, 21/03, em evento que marcou o Dia Internacional da Luta Pela Eliminação da Discriminação Racial. Com representantes da sociedade civil eleitos em dezembro, o Conselho escolheu a sua diretoria executiva no início de fevereiro, quando Moacyr Barra Grande Filho foi eleito presidente.

De acordo com a divulgação feita pela Prefeitura, a cerimônia de posse contou com a presença do prefeito Dário Saadi e da secretária de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos, Vandecleya Moro. No evento, manifestando preocupação com a comunidade negra na pandemia, Moacyr disse que, neste momento, é preciso ter união.

“Prefeito, o senhor tem duas qualidades importantes. A primeira é o entendimento da população negra. E a segunda, por ser médico. Neste momento, precisamos de união, uma união sem racismo e sem intolerância religiosa, tendo o entendimento da saúde”, disse o presidente do Conselho.

Para Dário, a "posição da Administração Pública" também é importante na luta contra a discriminação racial. "Onde pudermos atuar, atuaremos efetivamente para diminuir a desigualdade racial em Campinas e para combater a discriminação racial e a intolerância religiosa”, afirmou o prefeito.

Cartilha
Lançada como uma realização do Conselho da Comunidade Negra, a cartilha “Vidas negras importam. Em Campinas também” foi escrita pela socióloga e professora Tayná Victória de Lima Mesquita.

A cartilha traz, na sua página inicial, um rápido resumo do papel que a cidade teve no processo de manutenção da escravidão no País, citando que Campinas foi "o município paulista com maior número de escravizados" e chegou a ser considerada "o maior mercado comprador e exportador de escravizados".

Conforme o texto de apresentação, o material foi desenvolvido com o objetivo de ser um "instrumento de acesso à informação sobre conceitos e direitos fundamentais relacionados à população negra e ao combate ao racismo no País". Mas não quer só informar. Segundo o documento, "trata-se de uma ação educativa, que visa demarcar o comprometimento da cidade de Campinas com a promoção da igualdade racial".

21 de Março
Entre as muitas referências históricas e conceituais, a cartilha explica porque 21 de março é o Dia Internacional da Luta Pela Eliminação da Discriminação Racial.

"A data, proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU), faz referência ao “massacre de Shaperville”, ocorrido em 1960, na África do Sul, onde durante o regime do apartheid um protesto pacífico de negros, que reuniu cerca de 20.000 pessoas, foi reprimido pelas forças policiais, culminando na morte de 69 pessoas desarmadas".

Em Campinas, este foi o dia escolhido também para o início das atividades do Centro de Referência em Direitos Humanos na Prevenção e Combate ao Racismo e à Discriminação Religiosa. O serviço, implantado pela Prefeitura em 2016, tem como funções:

> Encaminhar toda e qualquer denúncia de racismo ou de discriminação religiosa;
> Promover ações de apoio psicológico, social e jurídico aos casos registrados;
> Articular e promover ações de prevenção ao racismo; e
> Desenvolver pesquisa e coleta de dados dos atendimentos realizados em Campinas.

Acesse o texto completo da cartilha: Vidas negras importam. Em Campinas também

Saiba mais: Centro de Referência em Direitos Humanos na Prevenção e Combate ao Racismo e à Discriminação Religiosa

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