Comitê de Mulheres pela Democracia diz que o evento será um "esquenta" para as manifestações do Dia Internacional da Mulher

Festival Feminista 21 02Imagem: Divulgação do evento na página do Comitê no facebook

"Uma tarde de música e luta": é o que propõe o Festival Feminista para este domingo, 21/02, a partir das 16 horas, com transmissão ao vivo pelas redes sociais do Comitê Mulheres pela Democracia e dos movimentos de mulheres. Já estão confirmadas as participações de duas artistas locais: Andréia Preta e Ilcéi Mirian.

A organização do 8 de março vem sendo feita desde o dia 21 de janeiro, quando aconteceu a primeira reunião preparatória por meio de uma plataforma na internet. Já em dezembro, o Comitê alertou:

"Os desafios de 2021 serão enormes. Nós mulheres estamos sendo torpedeadas dia a dia, são inúmeras situações que nos atingem fruto da sociedade patriarcal e misógina que avança sobre nossos corpos e nossas vidas. Queremos iniciar o processo de preparação do 8 de Março de 2021 já em janeiro pra discutir estas questões e organizar nossa resistência".

Nas primeiras reuniões preparatórias, foi definido um calendário de atividades do que passou a ser chamado de "Esquenta do 8 de Março". O Festival Feminista foi pensado, inicialmente, para ser realizado no carnaval. A mudança na proposta de data se deu diante da coincidência com outras programações do carnaval virtual deste ano.

A próxima reunião de organização das atividades acontece nesta quinta-feira, 18/02, às 19 horas, pelo Zoom. Para participar, é só entrar na página do Comitê um pouco antes do horário e pegar o link, o ID da reunião e a senha de acesso.

A origem operária do 8 de Março
O site da BBC News Brasil publicou uma reportagem por ocasião do 8 de Março de 2018, com atualização no dia 7 de março de 2019, que vale a pena ser revisitada neste ano de 2021. O propósito da matéria é trazer algumas "explicações históricas" da origem da data que passou a ser chamada de Dia Internacional da Mulher em 1975, quando foi oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU).

O texto começa citando o fato de, no Brasil, ser comum relacionar a data "ao incêndio ocorrido em Nova York no dia 25 de março de 1911 na Triangle Shirtwaist Company, quando 146 trabalhadores morreram, sendo 125 mulheres e 21 homens (naa maioria, judeus), que trouxe à tona as más condições enfrentadas por mulheres na Revolução Industrial".

Mas diz que há registros anteriores que mostram tanto movimentos de protesto de mulheres reivindicando melhores condições de trabalho quanto manifestações de mulheres dentro do movimento dos trabalhadores reivindicando que houvesse ali "um momento dedicado às suas causas".

No primeiro caso, a reportagem recupera o relato de uma passeata de mulheres em 26 de fevereiro de 1909, em Nova York:

"Naquele dia, cerca de 15 mil mulheres marcharam nas ruas da cidade por melhores condições de trabalho - na época, as jornadas para elas poderiam chegar a 16h por dia, seis dias por semana e, não raro, incluíam também os domingos. Ali teria sido celebrado pela primeira vez o "Dia Nacional da Mulher" americano".

No caso do movimento dos trabalhadores, a reportagem cita que, em agosto de 1910, Clara Zetkin propôs na reunião da Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, a criação de uma jornada de manifestações.

Clique para ler o texto completo, que traz relatos e explicações da socióloga Eva Blay, coordenadora da USP Mulheres:

Dia Internacional da Mulher: a origem operária do 8 de Março